Flagrante de motorista sem carteira cresce 80% em SP
por CAMILLA HADDAD - Agência Estado
A média mensal de condutores flagrados ao volante sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) cresceu mais de 80% em dois anos no Estado de São Paulo. De janeiro a julho deste ano, 103.926 pessoas foram surpreendidas em blitze da Polícia Militar sem CNH - média de 14.846 por mês. Em 2011, o índice foi de 13.650, enquanto em 2010 a média era de 8.148 mensais. Os dados foram compilados pela PM em blitze da lei seca e de captura de criminosos.
Motorista que dirige sem estar habilitado e é flagrado leva multa de R$ 574,62. O documento do carro é recolhido, o veículo apreendido e levado para o pátio da PM, onde é aplicada multa diariamente até a regularização. Mais da metade dos autuados tinha acabado de completar 18 anos, explica o capitão Sergio Marques, porta-voz da PM. "Também tem muito adolescente", diz o oficial. Para Marques, esse comportamento só pode ser revertido com mais educação para o trânsito e também educação familiar. "Não adianta a PM fiscalizar e não existir a educação. As pessoas precisam tomar consciência dos riscos que trazem para o trânsito."
Recentemente, esse tipo de infrator descrito por Marques fez uma vítima na Avenida Angélica, na região central da capital. No dia 3 deste mês, um pedestre de 65 anos foi atingido por uma moto em alta velocidade conduzida por um jovem de 23 anos que não estava habilitado. Um dos filhos da vítima, que pede para não ser identificado, conta que o pai sofreu cortes na cabeça e machucou o braço. "A gente nunca soube que quem atropelou não tinha carteira", diz.
No dia 17, um jovem de 21 anos sem permissão para guiar tentou subornar PMs após ser flagrado ao volante. Ele foi surpreendido pelos policiais na Avenida do Estado, após bater seu Jeep na traseira de um caminhão. A polícia passava pela via no momento da colisão. Abordado, o estudante ofereceu R$ 300 para os PMs não registrarem o flagrante. Na delegacia, afirmou que tentou o suborno porque tinha pressa para ir a uma reunião.
Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito, Silvio Médici, esses comportamentos e os índices apresentados pela PM são gravíssimos, uma vez que os condutores podem provocar acidentes e até causar mortes. Segundo ele, a educação no trânsito ainda é insuficiente e precisa de mais divulgação.
Formação
Segundo Lucio Almeida, presidente da ONG Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito (CDVT), quem não passa pelo processo de formação de condutor apresenta uma série de problemas ao dirigir nas ruas. "A pessoa não aprende as noções básicas de trânsito, não faz exame médico e ocular e não faz o curso de prevenção de acidentes e primeiros socorros", explica.
Para Almeida, um fator que pode estar causando o aumento no números de motoristas sem CNH é a facilidade para se adquirir um veículo. "Com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido, muita gente está comprando carro. Tem muito avô comprando carro para neto que não sabe dirigir", diz. "A venda do carro deveria estar atrelada à habilitação."
O aumento das blitze pode diminuir esse problema, diz Almeida. "A PM criou um batalhão de trânsito, mas vejo nas ruas que as viaturas atuam mais em outras ocorrências e no policiamento ostensivo", afirma.
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A média mensal de condutores flagrados ao volante sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) cresceu mais de 80% em dois anos no Estado de São Paulo. De janeiro a julho deste ano, 103.926 pessoas foram surpreendidas em blitze da Polícia Militar sem CNH - média de 14.846 por mês. Em 2011, o índice foi de 13.650, enquanto em 2010 a média era de 8.148 mensais. Os dados foram compilados pela PM em blitze da lei seca e de captura de criminosos.
Motorista que dirige sem estar habilitado e é flagrado leva multa de R$ 574,62. O documento do carro é recolhido, o veículo apreendido e levado para o pátio da PM, onde é aplicada multa diariamente até a regularização. Mais da metade dos autuados tinha acabado de completar 18 anos, explica o capitão Sergio Marques, porta-voz da PM. "Também tem muito adolescente", diz o oficial. Para Marques, esse comportamento só pode ser revertido com mais educação para o trânsito e também educação familiar. "Não adianta a PM fiscalizar e não existir a educação. As pessoas precisam tomar consciência dos riscos que trazem para o trânsito."
Recentemente, esse tipo de infrator descrito por Marques fez uma vítima na Avenida Angélica, na região central da capital. No dia 3 deste mês, um pedestre de 65 anos foi atingido por uma moto em alta velocidade conduzida por um jovem de 23 anos que não estava habilitado. Um dos filhos da vítima, que pede para não ser identificado, conta que o pai sofreu cortes na cabeça e machucou o braço. "A gente nunca soube que quem atropelou não tinha carteira", diz.
No dia 17, um jovem de 21 anos sem permissão para guiar tentou subornar PMs após ser flagrado ao volante. Ele foi surpreendido pelos policiais na Avenida do Estado, após bater seu Jeep na traseira de um caminhão. A polícia passava pela via no momento da colisão. Abordado, o estudante ofereceu R$ 300 para os PMs não registrarem o flagrante. Na delegacia, afirmou que tentou o suborno porque tinha pressa para ir a uma reunião.
Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito, Silvio Médici, esses comportamentos e os índices apresentados pela PM são gravíssimos, uma vez que os condutores podem provocar acidentes e até causar mortes. Segundo ele, a educação no trânsito ainda é insuficiente e precisa de mais divulgação.
Formação
Segundo Lucio Almeida, presidente da ONG Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito (CDVT), quem não passa pelo processo de formação de condutor apresenta uma série de problemas ao dirigir nas ruas. "A pessoa não aprende as noções básicas de trânsito, não faz exame médico e ocular e não faz o curso de prevenção de acidentes e primeiros socorros", explica.
Para Almeida, um fator que pode estar causando o aumento no números de motoristas sem CNH é a facilidade para se adquirir um veículo. "Com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido, muita gente está comprando carro. Tem muito avô comprando carro para neto que não sabe dirigir", diz. "A venda do carro deveria estar atrelada à habilitação."
O aumento das blitze pode diminuir esse problema, diz Almeida. "A PM criou um batalhão de trânsito, mas vejo nas ruas que as viaturas atuam mais em outras ocorrências e no policiamento ostensivo", afirma.
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