Controlar reclama e quer aumento de tarifa
por BRUNO RIBEIRO - Agência Estado
Às vésperas de perder parte de seus clientes, caso as promessas de Fernando Haddad (PT) sejam cumpridas, a empresa Controlar afirmou na quinta-feira (12) que ainda não conseguiu fechar um ano com as contas no azul nestes cinco anos de vistorias. A empresa quer mais carros fazendo inspeção e a tarifa mais cara. Para o diretor-presidente da empresa, Harold Peter Zwelkoff, caso isso não ocorra, há a possibilidade até de redução da quantidade de centros de inspeção ou aumento do tempo de espera para atendimento.
As críticas foram feitas na Faculdade de Medicina da USP, durante balanço de cinco anos de inspeção. Zwelkoff afirmou que a frota que vem comparecendo aos centros foi menor do que a esperada: a previsão era de 4,7 milhões de vistorias, mas neste ano o número não deve chegar a 3,2 milhões. Ele apontou a falta de fiscalização como uma das explicações para o fato.
Outra reclamação foi a suspensão, no começo do ano, do reajuste da tarifa de inspeção, que seria de R$ 65. "Investimos R$ 120 milhões para montar os 16 centros de inspeção. Nossos investidores esperavam que o retorno deste investimento começasse em quatro anos, mas isso ainda não ocorreu e, da forma como está, não há previsão de que ocorra."
Carros novos
Técnicos convocados pela empresa e pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente fizeram críticas à proposta de isentar carros novos da inspeção. O consultor Gabriel Branco disse que os carros novos, desregulados, poluem mais do que os antigos desregulados. "Só 4% dos carros novos são rejeitados na inspeção. Mas o carro novo desregulado polui 20 vezes mais do que o regulado. Entre os carros velhos, esse porcentual é menor. Retirar carros novos da inspeção fará crescer 16% o nível de emissão dos automóveis."
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