terça-feira, 22 de junho de 2010

Harley Davidson ganha briga contra concessionário

por O Estado de S.Paulo

A fabricante de motos americana Harley Davidson venceu, em primeira instância, uma ação contra sua única rede de concessionárias no Brasil, a HDSP Comércio de Veículos, pertencente ao Grupo Izzo, de São Paulo. Na última sexta-feira, o juiz Carlos Eduardo Borges Fantacini, da 26.ª Vara Cível de São Paulo, decidiu que os contratos entre as duas partes devem ser rescindidos em um prazo de 120 dias a partir da publicação da sentença, o que deverá acontecer até o final da semana. Segundo apurou a repórter Melina Costa, Fantacini também determinou o rompimento imediato da exclusividade com o Izzo, o que permite que a multinacional procure, desde já, novos distribuidores no Brasil. Até o final dos 120 dias, o Grupo Izzo não poderá associar a marca Harley Davidson a concorrentes. Caso a medida não seja respeitada, o concessionário estará sujeito à uma multa de R$ 100 mil reais por ato de descumprimento. Por fim, o representante brasileiro ainda terá de pagar uma indenização de R$ 3 milhões à multinacional.

Consultado, o Grupo Izzo informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa que, como se trata de uma decisão de primeira instância, "está tomando todas as medidas necessárias a fim de revertê-la".

Mesmo diante dessa possibilidade, a fabricante americana decidiu iniciar as buscas por novos concessionários no Brasil. "A decisão está tão bem amparada por provas que não acreditamos em uma reversão", diz Celso Xavier, advogado do escritório Demarest & Almeida e porta-voz da Harley Davidson.

A empresa informou que contratou um novo diretor, cujo nome não foi revelado, para seu escritório, em São Paulo, cuja função será intermediar o contato com concessionários e gerir as áreas de vendas e serviços. A intenção da Harley Davidson é assumir o planejamento estratégico e de marketing da marca no País - até agora, parte desse trabalho era realizado pelo Izzo.

A disputa entre a Harley Davidson e seu representante no Brasil começou no final de 2009. A multinacional reclamava de uma suposta violação do acordo de exclusividade entre as partes, a associação da marca Harley Davidson à de concorrentes, a mudança de estrutura acionária da HSDP sem comunicação à matriz americana e o alegado mau atendimento a clientes.

Entrevistado no início do ano pelo Estado, Paulo Izzo, representante do Grupo Izzo, disse que suas concessionárias foram premiadas diversas vezes pela Harley Davidson por seu desempenho e serviço. Izzo também afirmou que o motivo por trás da mobilização judicial estava na intenção dos americanos de mudar seu modelo de atuação no Brasil com a abertura para novos concessionários antes do período de término de seu contrato. Add to Google
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