segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Polícia de Brasília notifica motoristas para evitar situações de risco


por G1/DF

Em Brasília, a atuação da polícia tem chamado a atenção. Quem fica parado dentro do carro é notificado. O Distrito Federal tem números preocupantes de sequestros-relâmpago, e a medida é para evitar situações de risco.

A polícia quer o apoio dos moradores para que todos tentem evitar as possíveis situações de risco. Mas a nova estratégia não e consenso, e a Ordem dos Advogados do Brasil questiona a iniciativa.

O casal namora dentro do carro. De repente, um policial aparece, entrega o boleto e faz um discurso. “Vocês se colocam em risco, e a gente está fazendo o nosso trabalho, que é avisar”, afirma o guarda.

O auto de alerta é bem parecido com uma multa de trânsito. “A ideia é dar o impacto e o que um cuidado. É melhor ser abordado por um policial do que ser abordado por um criminoso”, diz Coronel Suamy Santana, comandante-geral da Polícia Militar do DF.

Foi o que aconteceu com Clarissa Ribeiro. Ela saiu de um restaurante, na hora do almoço, e quando entrava no carro, foi rendida por bandidos. “Os dois armados. Puxaram nossos braços para o banco de trás e toda hora apontando a arma para a gente”, conta a estudante.

Não importa a hora, nem o local. Na saída da loja, do supermercado, até em rua movimentada, o caminho até o carro exige todo cuidado. “Mais atenção agora ao sair do carro, ao estacionar, olhando para todos os lados”, afirma a estudante.
A polícia quer ensinar a população a prevenir esses seqüestros-relâmpago. Não entrar no carro com suspeitos por perto, evitar caixas eletrônicos à noite e situações em que a mulher para o carro, telefona, mexe na bolsa, abre a porta, se arruma no espelho.

Só no início deste ano, o numero de sequestros-relampago já aumentou 16% em relação ao mesmo período de 2012. O policial entrega o aviso e fica com um canhoto, onde anota o nome da pessoa, local e horário em que parou o carro.
Brasília tem apenas 52 anos. A polícia argumenta que a cidade cresceu rapidamente, ficou mais violenta e os moradores não se deram conta disso, continuando com hábitos de quem mora em cidade do interior, como ficar dentro do carro, parado em um estacionamento vazio.

Para a OAB, o risco é criar uma inversão de papeis. “Você transmite ao cidadão de que a responsabilidade por ter sido sequestrado, por ter sido roubado, por ter sido assaltado é dele, e não da segurança pública”, ressalta Ibaneis Rocha, presidente da OAB do Distrito Federal.

O morador de Brasília Carlos Fernando Carvalho gostou da ideia, mas quer ver mais polícia nas ruas. “A função da polícia é prevenir. Além disso, é importante também correr atrás dos bandidos, não deixar só em cima do cidadão”, ressalta o cirurgião dentista.


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