CET faz teste de multa por velocidade média e flagra 7 vezes mais infratores
por Bruno Ribeiro e Nataly Costa - Colaboraram Caio do Valle e Felipe Tau - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estuda uma nova forma de multar os motoristas na capital paulista. Em vez de flagrar só quem passou acima do limite em um lugar específico, a ideia é fazer a fiscalização em mais de um ponto, calculando a velocidade média desenvolvida pelo carro ao longo da via. Na prática, o estudo preliminar mostrou que para cada motorista flagrado pelo radar hoje outros sete poderiam ser autuados.
Para entender: se a velocidade permitida é de 60 km/h, os radares multariam não só quem ultrapassou o limite na frente do radar, mas também quem desenvolveu velocidade superior ao fim do trajeto na via. O estudo prático foi feito em junho do ano passado, com 495 mil veículos nas Avenidas Washington Luís, Moreira Guimarães, Rubem Berta e 23 de Maio. Pela forma atual, 337 motoristas foram flagrados pelos radares durante aquele mês. Pela medida em estudo, foram pegos 2.753 carros excedendo o limite de velocidade.
Os testes foram feitos com radares já existentes - os Leitores Automáticos de Placas (LAP), usados para flagrar quem fura o rodízio. Duas rotas foram estudadas: no sentido bairro, um trecho de 4 km da 23 de Maio na altura do Viaduto Tutoia até a Moreira Guimarães com a Avenida Aratãs. No sentido centro, do cruzamento da Avenida Moreira Guimarães com a Avenida Iraí até o Viaduto Pedroso de Morais (6,5 km).
O estudo mostrou que os carros, em geral, percorrem essas duas rotas com velocidade média perto dos 50 km/h. Mas os infratores chegaram a quase 90 km/h. Grande parte dos veículos, porém, não pôde ser incluída na análise porque buscou outras rotas e não passou nos dois pontos de medição - o ponto negativo do sistema. "Não adianta colocar no começo da Radial e outro em Itaquera. Tem de ser um em cada quadra", diz o consultor em engenharia de transportes Horácio Figueira.
Discussão. A CET diz que o estudo foi feito para "abrir a discussão" entre técnicos especializados em trânsito e as medidas ainda precisariam passar por discussões jurídicas. Para o engenheiro e consultor Sérgio Ejzenberg, a fiscalização atual é falha. "Você vê à noite. As luzes dos freios acessas perto dos radares mostram que as pessoas correm pela via e freiam onde o radar está", diz. "Pela velocidade média, só sentiria a mudança quem corre."
Motoristas ouvidos nesta terça-feira pela reportagem, porém, mostraram-se contra a fiscalização por velocidade média, que consideraram abusiva. "A gente vive na correria, parado no trânsito, e quando pode dar uma esticada não pode andar? É um absurdo", disse o taxista Valtair Semeão da Silva, de 48 anos. Já o motoboy Ernesto Fernandes Freitas, de 30 anos, considerou a medida rigorosa demais. "Não pode cometer um erro que já te dão uma multa."
O engenheiro Marco Volpe, de 44 anos, classificou a autuação como "palhaçada". "Já não dá para andar por causa do trânsito", argumentou. Ele até admite rodar acima do limite. "Desacelero onde tem radar, já sei onde eles estão."
Nota do Jovi: Sinceramente, a gestão paulistana não tem mais o que inventar, se existe uma indústria de multas, São Paulo virou uma Mega companhia.
Em discussão no tópico: http://motoscustom.com.br/forum/
SÃO PAULO - A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estuda uma nova forma de multar os motoristas na capital paulista. Em vez de flagrar só quem passou acima do limite em um lugar específico, a ideia é fazer a fiscalização em mais de um ponto, calculando a velocidade média desenvolvida pelo carro ao longo da via. Na prática, o estudo preliminar mostrou que para cada motorista flagrado pelo radar hoje outros sete poderiam ser autuados.
Para entender: se a velocidade permitida é de 60 km/h, os radares multariam não só quem ultrapassou o limite na frente do radar, mas também quem desenvolveu velocidade superior ao fim do trajeto na via. O estudo prático foi feito em junho do ano passado, com 495 mil veículos nas Avenidas Washington Luís, Moreira Guimarães, Rubem Berta e 23 de Maio. Pela forma atual, 337 motoristas foram flagrados pelos radares durante aquele mês. Pela medida em estudo, foram pegos 2.753 carros excedendo o limite de velocidade.
Os testes foram feitos com radares já existentes - os Leitores Automáticos de Placas (LAP), usados para flagrar quem fura o rodízio. Duas rotas foram estudadas: no sentido bairro, um trecho de 4 km da 23 de Maio na altura do Viaduto Tutoia até a Moreira Guimarães com a Avenida Aratãs. No sentido centro, do cruzamento da Avenida Moreira Guimarães com a Avenida Iraí até o Viaduto Pedroso de Morais (6,5 km).
O estudo mostrou que os carros, em geral, percorrem essas duas rotas com velocidade média perto dos 50 km/h. Mas os infratores chegaram a quase 90 km/h. Grande parte dos veículos, porém, não pôde ser incluída na análise porque buscou outras rotas e não passou nos dois pontos de medição - o ponto negativo do sistema. "Não adianta colocar no começo da Radial e outro em Itaquera. Tem de ser um em cada quadra", diz o consultor em engenharia de transportes Horácio Figueira.
Discussão. A CET diz que o estudo foi feito para "abrir a discussão" entre técnicos especializados em trânsito e as medidas ainda precisariam passar por discussões jurídicas. Para o engenheiro e consultor Sérgio Ejzenberg, a fiscalização atual é falha. "Você vê à noite. As luzes dos freios acessas perto dos radares mostram que as pessoas correm pela via e freiam onde o radar está", diz. "Pela velocidade média, só sentiria a mudança quem corre."
Motoristas ouvidos nesta terça-feira pela reportagem, porém, mostraram-se contra a fiscalização por velocidade média, que consideraram abusiva. "A gente vive na correria, parado no trânsito, e quando pode dar uma esticada não pode andar? É um absurdo", disse o taxista Valtair Semeão da Silva, de 48 anos. Já o motoboy Ernesto Fernandes Freitas, de 30 anos, considerou a medida rigorosa demais. "Não pode cometer um erro que já te dão uma multa."
O engenheiro Marco Volpe, de 44 anos, classificou a autuação como "palhaçada". "Já não dá para andar por causa do trânsito", argumentou. Ele até admite rodar acima do limite. "Desacelero onde tem radar, já sei onde eles estão."
Nota do Jovi: Sinceramente, a gestão paulistana não tem mais o que inventar, se existe uma indústria de multas, São Paulo virou uma Mega companhia.
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