quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Consertar rodovias custaria R$ 190 bilhões


por EDUARDO RODRIGUES / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O Brasil precisa investir R$ 190 bilhões para resolver os problemas das rodovias que formam o principal modal de transportes de País. A conclusão é da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que percorreu 95.707 quilômetros (km) de rodovias federais e estaduais para verificar que mais da metade dessa extensão (60.053 km) apresenta deficiências que colocam em risco a vida dos viajantes e limitam o crescimento da economia.

"Apesar dos investimentos realizados pela União e das recentes iniciativas a fim de dinamizar o investimento em infraestrutura de transporte, os recursos disponibilizados ainda estão aquém do necessário", avaliou a CNT.

A entidade lembrou que o Plano Plurianual (PPA) do governo para o período entre 2012 a 2015 prevê desembolsos de R$ 82,7 bilhões para infraestrutura rodoviária, mas destaca que apenas R$ 4,7 bilhões foram investidos até agosto.

A confederação elaborou uma lista com 27 projetos considerados prioritários para melhorar o desempenho econômico do País. A relação consiste na duplicação e manutenção de 9.926 quilômetros de rodovias, por um custo de R$ 65 bilhões.

"Fica evidente a incapacidade pública de investimentos em infraestrutura de transporte e a necessidade da viabilização desses investimentos com a participação da iniciativa privada", completou o documento.

Avaliações. De acordo com a CNT, 33,4% do total de trechos rodoviários averiguados estão em situação apenas regular, enquanto 20,3% estão em condições ruins e 9% foram classificados como péssimos. Na outra ponta da pesquisa, 27,4% das estradas aparecem com bons índices de avaliação, enquanto apenas 9,9% do total foram consideradas ótimas.

O trabalho mostra que o maior problema das rodovias brasileiras é o mais complicado de se resolver. Para os técnicos da confederação, 31,2% da extensão analisada possui um traçado considerado péssimo. Outros 16,2% foram avaliados como ruins e 30% receberam apenas o carimbo de regulares. Os problemas de sinalização aparecem em segundo lugar, com a classificação de péssima em 15,8% do total pesquisado, ruim em 19,9%, e regular em 30,5%.

Por último, as deficiências de pavimentação foram as que menos pesaram na avaliação das rodovias. Apenas em 3,9% delas o asfalto foi considerado péssimo, e em outros 8,6% foi classificado como ruim.

Praticamente a metade da extensão pesquisada tem pavimento em ótimas condições (49%), sobrando 5,1% com boa avaliação e 30,5% em situação regular.

Ranking. As 21 melhores ligações rodoviárias do País têm pelo menos 80% de suas extensões geridas pela iniciativa privada. As estradas paulistas lideram o ranking, ocupando as seis primeiras colocações. A melhor delas é a ligação São Paulo - Limeira (SP-310/BR-364, SP-348), seguida por São Paulo - Espírito Santo do Turvo (SP-255, SP-280/BR-374) e Bauru - Itirapina (SP-225/BR-369).

O primeiro trecho rodoviário gerido pelo governo federal aparece apenas em 22.º lugar no ranking da CNT. Trata-se da BR-471, entre os municípios gaúchos de Rio Grande e Chuí. Já a pior ligação rodoviária do Brasil está localizada em Goiás, no trecho da GO-174 que une as cidades de Rio Verde e Iporá.


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