Em alta velocidade, motoboys movimentam a economia de SP
por Adauri Antunes Barbosa - O Globo
SÃO PAULO - Sob fogo cruzado das autoridades, que tentam sem sucesso disciplinar sua atividade com a criação de faixas exclusivas de trânsito e regras mais rígidas de segurança, os motoboys carregam a economia de São Paulo. No setor de alimentação, por exemplo, 98% das entregas em domicílio são feitas em motos. Eles também são responsáveis por 85% do transporte de medicamentos e produtos da área de saúde, como bolsas de sangue e pequenos equipamentos.
Na área financeira, o peso dos motoboys não é menor: todo o serviço de malote da Bovespa, a única bolsa de valores do país, é feito por eles. Além disso, pelo menos 60% dos malotes dos grandes bancos também passam pelos motoqueiros, que são responsáveis por quase metade dos acidentes trânsito em São Paulo. Eles criam faixas entre os carros, andam em alta velocidade e ameaçam motoristas.
Profissão de motoboy não é regulamentada
A Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo) calcula que pelo menos 25% da frota de motos da capital paulista seja usada por motoboys. Pela estimativa do diretor-executivo da entidade, Moacyr Alberto Paes, em torno dos motoboys paulistanos circulam cerca de R$ 1 bilhão por ano.
- Para se ter uma idéia da grandeza da categoria, que deve ter entre 150 mil e 200 mil motoboys, basta lembrar que nesse R$ 1 bilhão estão salários, peças, manutenção, acessórios, e inclusive as motos - diz Paes.
Em média o motoboy de São Paulo ganha R$ 1 mil por mês, mas da renda desconta a manutenção da moto, o uniforme que empresas exigem e as roupas de motociclista. Líquidos, sobram cerca de R$ 400, segundo a Associação dos Motoboys.
- O cliente não vai pagar R$ 3 mil por hora de helicóptero para levar rapidinho um documento da Avenida Paulista para o aeroporto. Ele vai contratar o serviço de um motoboy - compara o presidente da Associação dos Motoboys, Ernane Pastore.
Como a profissão ainda não é regulamentada, o diretor da Abraciclo chama a atenção para as normas implantadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da Prefeitura de São Paulo, para certificar as poucas empresas de motoboys que operam com critérios de segurança e registram seus funcionários. Das cerca de duas mil empresas, afirma Moacyr Paes, apenas 42 cumprem as normas da CET e, por isso, têm direito ao selo "Trânsito seguro".
- Quando a maioria dos empresários contrata motoboys, não está preocupada em saber se a empresa obedece às mínimas exigências de segurança, ou se tem critérios sociais - diz o diretor da Abraciclo.
Paes conta história de uma empresa clandestina de motoboys que usava uma Kombi como escritório e todos os dias mudava de local.
Como muitos motoboys trabalham para empresas não-legalizadas, que pagam pouco, a pressa faz com que o uso da moto seja de alto risco.
- Más pessoas há em qualquer categoria. Mas o ônus não é só delas - diz o presidente da Associação dos Motoboys, lembrando que são roubadas 80 motos diariamente na cidade.
Criação de motovias é considerada alternativa
A solução para a tensa relação no trânsito entre motoristas e motoboys, segundo Ernane Pastore, é a criação de motovias. Na Avenida 23 de Maio, um dos principais corredores de motos, ele afirma que a motovia custaria R$ 3,2 milhões, menos de 10% do que a prefeitura arrecada em multas naquela via - R$ 35 milhões por ano:
- O prejuízo para a saúde com os acidentes de motos é de R$ 35 milhões, só em São Paulo. Por que não fazer as motovias? Os bandidos que estão (de moto) no meio dos carros também teriam de ir para a motovias.
SÃO PAULO - Sob fogo cruzado das autoridades, que tentam sem sucesso disciplinar sua atividade com a criação de faixas exclusivas de trânsito e regras mais rígidas de segurança, os motoboys carregam a economia de São Paulo. No setor de alimentação, por exemplo, 98% das entregas em domicílio são feitas em motos. Eles também são responsáveis por 85% do transporte de medicamentos e produtos da área de saúde, como bolsas de sangue e pequenos equipamentos.
Na área financeira, o peso dos motoboys não é menor: todo o serviço de malote da Bovespa, a única bolsa de valores do país, é feito por eles. Além disso, pelo menos 60% dos malotes dos grandes bancos também passam pelos motoqueiros, que são responsáveis por quase metade dos acidentes trânsito em São Paulo. Eles criam faixas entre os carros, andam em alta velocidade e ameaçam motoristas.
Profissão de motoboy não é regulamentada
A Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo) calcula que pelo menos 25% da frota de motos da capital paulista seja usada por motoboys. Pela estimativa do diretor-executivo da entidade, Moacyr Alberto Paes, em torno dos motoboys paulistanos circulam cerca de R$ 1 bilhão por ano.
- Para se ter uma idéia da grandeza da categoria, que deve ter entre 150 mil e 200 mil motoboys, basta lembrar que nesse R$ 1 bilhão estão salários, peças, manutenção, acessórios, e inclusive as motos - diz Paes.
Em média o motoboy de São Paulo ganha R$ 1 mil por mês, mas da renda desconta a manutenção da moto, o uniforme que empresas exigem e as roupas de motociclista. Líquidos, sobram cerca de R$ 400, segundo a Associação dos Motoboys.
- O cliente não vai pagar R$ 3 mil por hora de helicóptero para levar rapidinho um documento da Avenida Paulista para o aeroporto. Ele vai contratar o serviço de um motoboy - compara o presidente da Associação dos Motoboys, Ernane Pastore.
Como a profissão ainda não é regulamentada, o diretor da Abraciclo chama a atenção para as normas implantadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da Prefeitura de São Paulo, para certificar as poucas empresas de motoboys que operam com critérios de segurança e registram seus funcionários. Das cerca de duas mil empresas, afirma Moacyr Paes, apenas 42 cumprem as normas da CET e, por isso, têm direito ao selo "Trânsito seguro".
- Quando a maioria dos empresários contrata motoboys, não está preocupada em saber se a empresa obedece às mínimas exigências de segurança, ou se tem critérios sociais - diz o diretor da Abraciclo.
Paes conta história de uma empresa clandestina de motoboys que usava uma Kombi como escritório e todos os dias mudava de local.
Como muitos motoboys trabalham para empresas não-legalizadas, que pagam pouco, a pressa faz com que o uso da moto seja de alto risco.
- Más pessoas há em qualquer categoria. Mas o ônus não é só delas - diz o presidente da Associação dos Motoboys, lembrando que são roubadas 80 motos diariamente na cidade.
Criação de motovias é considerada alternativa
A solução para a tensa relação no trânsito entre motoristas e motoboys, segundo Ernane Pastore, é a criação de motovias. Na Avenida 23 de Maio, um dos principais corredores de motos, ele afirma que a motovia custaria R$ 3,2 milhões, menos de 10% do que a prefeitura arrecada em multas naquela via - R$ 35 milhões por ano:
- O prejuízo para a saúde com os acidentes de motos é de R$ 35 milhões, só em São Paulo. Por que não fazer as motovias? Os bandidos que estão (de moto) no meio dos carros também teriam de ir para a motovias.
Em discussão no tópico:
http://motoscustom.com.br/forum/viewtopic.php?t=365
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